quinta-feira, 21 de abril de 2011

A matemática não mede vontade

Por Marjorie França



Talvez homens não acreditem na força que o lado sentimental tenha, mas nós mulheres sabemos disso, e é por este motivo que berramos mais, choramos mais, pulamos mais, erramos mais e... podemos torcer mais. Principalmente em jogos como este de hoje.
Para quem está meio perdida no assunto, vamos lá.

Hoje é quarta-feira... Ou melhor, madrugada de quinta, e o Fluminense acabou de jogar contra o Argentino Juniors, lá na Argentina (Estádio Maradona) pela ultima rodada da primeira fase da Libertadores. Legal, e o que isso tem haver com o lado sentimental e emotivo que nós mulheres tanto falamos?
Não foi uma simples “pelada”, foi um jogo de-ci-si-vo. O Flu só passaria para a próxima fase se ele ganhasse e tivesse uma pequena combinação de resultados.
Na Libertadores não tem meio termo: os dois primeiros passam, os dois últimos vão embora. Simples assim. Para a tabela chegar até a que chegou hoje (ou seja, o Fluminense sendo classificado), o Nacional – URU tinha que empatar ou perder para o América do México, assim o número de pontos ficaria apenas 8, e o Fluminense, por sua vez, precisava ganhar com 2 gols de diferença do Argentino Juniors na Argentina.
Isso, no mundo do futebol, é algo complicado. Uma coisa é você depender só de você para conseguir chegar em algum lugar, outra coisa é depender de outras pessoas. Mas essa noite, o Fluminense provou por que seu apelido é “Time de Guerreiros” quando ganhou por 4x2 no jogo mais importante do ano.
Mas, não analisando o lado técnico, por que muita gente acha isso um porre, vamos falar sobre o lado emocional.
Venhamos e convenhamos que ser Tricolor é uma dádiva, é quase um dom. E exige muito cuidado, muita preocupação, dedicação... E nos últimos anos, meu amado e brilhante Fluminense tem dado um trabalho enooooorme para essa torcida. Ta que o futebol é aquela emoçãozinha até o final, mas o Flu leva essa “emoçãozinha” a sério MESMO! Quando você acha que as coisas podem se acertar, elas começam a ficar dramáticas, dramáticas, e isso acabou unindo mais a torcida e o time. É, o desespero une mais do que a alegria!
Mais uma vez o “Time de Guerreiros” foi colocado em prova, e o coração dos tricolores apaixonados também. Tremilique, tique nervoso, garganta arranhando, berros, pulos no sofá, joelhos doendo de ajoelhar no chão, ursinho de pelúcia da sorte, lágrimas, incentivos, palavrões... Tudo isso marcou o jogo de hoje. 1x0: felicidade, coração a mil, ninguém mais reclama do Julio César e vamos Fluzão! 1x1: desespero, ansiedade, relógio, xingamentos ao Gum; 2x1 Fred lindo não pode ficar fora do time, time de guerreiros, vamos pra frente com o time, Enderson! 2x2:quilos de palavrão, ódio dos argentinos, lágrimas, desespero; 3x2 berros, gritos de incentivo, avança o time, vai pra cima deles, Fluzão! “a benção João de Deus”; 4x2: MEU TIME DE GUERREIROS. SEUS LINDOS. Berros, chororô, pulos de um sofá pro outro, período sem voz, liga pra todo mundo, “todos chora”.
Vamos falar de coisas boas e deixar o post sobre as violências RIDÍCULAS nos estádios de hoje, nos jogos do Flu e do Fogo, para um próximo post.


Uma vitória para aquele que disse que o Flu não conseguiria um milagre de novo, uma vitória para um antigo técnico que abandonou o barco por não acreditar no time, uma vitória para os que foram para outro país jogar com o time, uma vitória merecida ao time mais guerreiro do Brasil!
                                                             Foto: Agência Photocâmera

Contrariar a matemática pela segunda vez e garantir a vaga na próxima fase: não tem preço. Existem coisas que o dinheiro não compra, e por todos os momentos existe o Fluminense.

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