quinta-feira, 21 de abril de 2011

Teste para cardíaco

Por Lívia Miranda
 
Acho que eu não tenho como descrever o que senti durante o jogo Botafogo x Avaí dessa noite. Euforia, esperança, tristeza e descontrole foram algumas das sensações que me atingiram no decorrer dos 90 minutos oficiais e na hora seguinte ao apito final.

Sou botafoguense desde que me entendo por gente e nunca amei outro time. Sou Botafogo, simplesmente isso. Não preciso explicar mais nada. E garanto que esse amor não dá para ser explicado. Então, apaixonada como sou, assisto aos jogos com o coração aos pulos. E, sendo menina, não assisto calada.



Grito. Grito muito. Sou histérica. Ganhando ou perdendo, eu tenho a necessidade de dar gritos agudos e insuportáveis que irritam quem estiver ao lado. Arranco os cabelos e berro até ficar vermelha. Sou drama queen assistindo ao Botafogo em campo. E os jogos do meu Glorioso são teste para cardíaco. Se eu nunca morri do coração vendo o Botafogo jogar, nada mais me mata.


E hoje à noite foram sentimentos muito mais exacerbados do que são normalmente. O que quer dizer que, com a eliminação do Botafogo na Copa do Brasil, eu atingi um nível totalmente novo de... insatisfação. Se bem que classificar o que eu senti como insatisfação seria um eufemismo sem tamanho. Bom, seguindo em frente...
O Botafogo precisava de uma vitória para seguir na competição e um empate em 0x0 ou 1x1 daria a classificação ao time do Avaí. Ganha um abacaxi quem descobrir o que aconteceu. Se você disse “empate em 1x1” parabéns, toma aqui seu abacaxi. Mas o problema maior para mim não foi o empate; empatar e perder a classificação, bom, acontece. Eu teria ficado realmente injuriada, mas daria os devidos créditos ao Avaí e criticaria o Botafogo, como eu tenho feito incessantemente há anos. Só que, aí está o grande porém, a classificação foi ARRANCADA das mãos do meu time.
O Botafogo não tem um grande time; na verdade, é fraquíssimo. Mas lutou para conseguir chegar a 1x0. E conseguiu. Gol de El Loco. Vitória parcial, classificação pertinho e Lívia feliz da vida. Eufórica, extasiada! Depois da eliminação do Carioca, a vitória era tudo o que eu – e todos os botafoguenses – queria. A noite começou a desandar quando um espertinho do Avaí caiu na área. O juiz, fraco e covarde, não deu pênalti e os jogadores e a torcida caíram em cima. Foi o que precisou para, nos minutos seguintes, Estrada se embolar com Lucas na área do Botafogo e o árbitro inventar um pênalti. Jogo roubado, pênalti cobrado e partida empatada: Avaí 1x1 Botafogo. Adeus classificação, adeus felicidade.
Sou muito passional. Botafogo ganha: felicidade. Botafogo perde: tristeza. Botafogo perde roubado: raiva. E a raiva que eu senti hoje foi controlada a muito custo. Quase destruí uma almofada, chorei, gritei, falei todos os palavrões que conheço e amaldiçoei até a vigésima geração da família do árbitro. Feio, eu sei. E nada feminino, talvez. De feminino na minha reação só mesmo abrir a boca para chorar. Já choro por tudo, em jogo do Botafogo então é quase certo. Ou seja, não consigo ficar quieta quando se trata do meu time do coração.
E devo dizer: que coração forte. 

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